Continuação...
O sentido de culto da palavra proskyno não é da pela palavra em si, mas por outra palavra que é usada para seres cultuais: λατρεύω (latreuô). Tal palavra nunca é aplicada a Yeshua em todo o Novo Testamento, mas é abundantemente aplicada a D'us, seu Pai.
Mt. 4.10 “Então ordenou-lhe Yeshua: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu D'us adorarás, e só a ele servirás.” Como já foi comentado aqui o verbo “servir” é λατρεύω (cultuar, prestar serviço sagrado) e se refere diretamente a D'us. É muitíssimo oportuno ler o verso seguinte que diz: “Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.” O verbo “servir” nesse verso, ao falar dos anjos, é διακονεω (diakonô) que significa servir, de prestar serviço como servidor, prover com serviço, mostrando que os anjos embora reverenciem (proskynô) a Yeshua (Hb. 1.6), não o cultuam (latreuô), mas o servem (diakonô).
Lc. 1.74 “de conceder-nos que, libertados da mão de nossos inimigos, o servíssemos (λατρεύειν) sem temor”
Lc. 2.37 “e era viúva, de quase oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, servindo (λατρεύουσα) a D'us noite e dia em jejuns e orações.”
Lc. 4.8 “Respondeu-lhe Yeshua: Está escrito: Ao Senhor teu D'us adorarás, e só a ele servirás (λατρεύσεις).”
Jo. 16.2 “Expulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem a hora em que qualquer que vos matar julgará prestar um serviço (λατρείαν) a D'us.”
At. 7.7 “Mas eu julgarei a nação que os tiver escravizado, disse D'us; e depois disto sairão, e me servirão (λατρεύσουσιν) neste lugar.”
At. 7.42 “Mas D'us se afastou, e os abandonou ao culto (λατρεύειν) das hostes do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, ó casa de Israel?” Aqui mesmo não sendo referência de um culto a D'us, confirma que o uso da palavra é aplicado a quem se pretende cultuar em sentido divinal.
At. 24.14 “Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo (λατρεύω) ao D'us de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.”
At. 26.7 “a qual as nossas doze tribos, servindo (λατρεῦον) a D'us fervorosamente noite e dia, esperam alcançar; é por causa desta esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus.”
At. 27.23 “Porque esta noite me apareceu um anjo do D'us de quem eu sou e a quem sirvo (λατρεύω)”
Rm. 1.9 “Pois D'us, a quem sirvo (λατρεύω) em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós”
Rm. 1.25 “pois trocaram a verdade de D'us pela mentira, e adoraram e serviram (ἐλάτρευσαν) à criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Idem At. 7.42)
Rm. 9.4 “os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto (λατρεία), e as promessas”
Rm. 12.1 “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de D'us, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a D'us, que é o vosso culto (λατρείαν) racional.”
Fp. 3.3 “Porque a circuncisão somos nós, que servimos (λατρεύοντες) a D'us em espírito, e nos gloriamos em HaMashiach Yeshua, e não confiamos na carne.”
II Tm. 1.3 “Dou graças a D'us, a quem desde os meus antepassados sirvo[/b] (λατρεύω) com uma consciência pura, de que sem cessar faço menção de ti em minhas súplicas de noite e de dia”
Hb. 8.5 “os quais servem (λατρεύουσιν) àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais, como Moisés foi divinamente avisado, quando estava para construir o tabernáculo; porque lhe foi dito: Olha, faze conforme o modelo que no monte se te mostrou.”, a Bíblia de Jerusalém traduziu mais claramente este verso: “Estes realizam um culto que é cópia e sombra das realidades celestes, de acordo com a instituição divina recebida por Moisés...”
Hb. 9.1 “Ora, também o primeiro pacto tinha ordenanças de serviço (λατρείας) sagrado, e um santuário terrestre.”
Hb. 9.6 “Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços (λατρείας) sagrados”
Hb. 9.14 “quanto mais o sangue de HaMashiach, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a D'us, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ( λατρεύειν) ao D'us vivo?”
Hb. 10.2 “Doutra maneira, não teriam deixado de ser oferecidos? pois tendo sido uma vez purificados os que prestavam o culto ( λατρεύειν), nunca mais teriam consciência de pecado.”
Hb.12.28 “Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos (λατρεύωμεν) a D'us agradavelmente, com reverência e temor”
Hb. 13.10 “Temos um altar, do qual não têm direito de comer os que servem (λατρεύοντες) ao tabernáculo.”
Ap. 7.15 “Por isso estão diante do trono de D'us, e o servem (λατρεύουσιν) de dia e de noite no seu santuário; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles.”
Ap. 22.3 “Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de D'us e do Cordeiro, e os seus servos o servirão (λατρεύσουσιν)”
É interessante este último verso citado porque há quem o use para dizer que “latreuo” é aplicado ao Cordeiro (HaMashiach) também, e dessa forma tando D'us quanto o Cordeiro (Yeshua) receberiam culto, mas o texto é claro “O servirão” (o cultuarão), e não “os servirão”, e, o próprio verso anterior de Apocalipse, cujo texto acima está destacado, não deixa dúvida a quem está se referindo essa passagem bíblica, que corrobora a informação dada por Paulo em I Co. 15.28 “E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que D'us seja tudo em todos.” O que deveríamos nos perguntar é: Por que João teria feito a distinção clara, chamado um de D'us e o outro de Cordeiro para depois disso dizer que o Cordeiro era quem seria cultuado? Deveríamos nos questionar também que se Ap. 22.3 fala do Cordeiro como sendo aquele a quem se cultuaria, então, qual seria a razão de não se dizer isto também de D'us nesse mesmo verso, visto que estão discriminados distintamente, mas no mesmo verso? A proposta trinitária criaria uma situação estranha e invertida, inexistente na Bíblia, que seria destacar com ente de culto quem nunca foi designado para tal e excluir Aquele que é por inerência cultuado em toda a Bíblia, e ratificada, pelo próprio Cordeiro quando na Terra ao dizer em Mt. 4.10 “Então disse-lhe Yeshua: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu D'us adorarás, e SÓ A ELE ele servirás” (destaquei). Não há espaço nesse verso para dizer que Yeshua estivesse falando dele mesmo ao diabo. A outra opção seria inferir afirmando que “O servirão” está se referindo a “dupla” como se fossem um só ente, coisa que é descarta pela própria expressão de distinção “D'us e do Cordeiro”. Não me parecer razoável preterir a identificação em distinção D'us/CORDEIRO, por causa de um Trono em comum, até porque nós também “assentaremos” no Trono do Cordeiro, ou seja, o Trono do Cordeiro é dele e nosso, mas nós não somos o próprio Cordeiro por isso.
Shlalom!
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